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Psicóloga, formada pela FUMEC, com inscrição no CRP 04/34263. Formação em Psicoterapia Familiar Sistêmica,Terapia Ericksoniana / Hipnoterapia e Sexologia Clínica. Pós-Graduação em TCC- Infância e Adolescência. Formação em Terapia de Esquemas. Co- fundadora da PerCursos. Atua com psicoterapias individuais, de casais e famílias.Atualmente Psicóloga em consultório particular em BH e atendimentos on-lines. Colunista do Jornal Gazeta de Minas em Oliveira e Jornal A Noticia em Carmo da Mata. Ministrante de palestras em escolas e empresas.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Marcia Peltier entrevista Dr. Moises Groisman (3/3)



Vale a pena conferir esta entrevista com Moisés Groisman, em que
ele fala sobre a traição. O porque da traição? O ato de
arrempedimento, de quem traiu, e de perdão, de quem foi
traido, os motivos que podem levar a traição e
se será possivel a reconciliação.

Dr. Moisés é Psicoterapeuta de Casal e Familia no Rio de Janeiro.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"Consumismo, como enfrentar?"

Prof. Tania Zagury
Set/08
Que a sociedade moderna supervaloriza os bens materiais é questão que não carece discutir.

Hoje, o grande desafio da família é descobrir como educar de forma a que crianças e jovens não se deixem levar por valores que, longe de lhes garantir felicidade, acabam apenas envolvendo-os numa louca espiral de desejos e gastos crescentes, que quase nunca tem final feliz.

Sem dúvida, a primeira questão é lembrar que adultos consumistas dificilmente poderão enfrentar o desafio de forma convincente. O consumismo contamina adultos também, e não poucos buscam felicidade "comprando". Em geral, acabam infelizes, incompletos. Colocar a felicidade pessoal na aquisição de objetos pode até propiciar prazer. Momentâneo e fugaz, porém.

Consumir significa "gastar, aniquilar, anular" ou ainda "ficar reduzido a cinzas" . O processo é mesmo assim: o prazer de comprar se extingue em si, para retornar logo adiante, como uma fênix ressurgida das cinzas. É, portanto, um processo sem fim e dificilmente as pessoas poderão continuar por toda vida atendendo a desejos - seus e de seus filhos depois.

Preocupa-me constatar que, a cada dia, mais pessoas adotam o modelo subliminarmente inculcado, sentindo-se compelidas a adquirir mais e mais produtos (muitos desnecessários ou similares aos que já possuem).

Quantos de nós tínhamos, há dez anos, um celular? E quantos ainda estão com o primeiro modelo adquirido, aqueles enormes, Deus o livre, que horror! Sem críticas a quem gosta de estar "na última moda hi-tech", proponho somente que, por um instante, um segundinho só, pense se trocou a TV ou o telefone móvel porque realmente precisava. Necessidade ou impulso? Qual foi a relação custo-benefício da nova aquisição? Tem gente que ainda nem utiliza todos os recursos do atual ícone de consumo, mas não admite viver sem os waps, wips e outras siglas indecifráveis que cada modelo mais recente agrega. Tem horror em ao menos pensar em ler aqueles manuais, mas que o telefone novo está na bolsa, está... Ao menos isso! Porque carro importado ou do ano, TV de plasma – bem grande – não deu ainda para comprar, talvez nem dê, mas o celular colorido, fininho, que troca de "roupa" deu... Então, ótimo!

Não que eu ache que não se deva comprar o que se quer (desde que com verba ganha honestamente, claro). A questão, porém, é exatamente essa: a gente queria mesmo? Ou alguma coisa ocorreu (influência das mídias, talvez?) que nos fez pensar que era imprescindível trocar, e o quanto antes?

Voltemos aos nossos filhos. Os que desejam vaciná-los contra a febre do consumo irracional devem começar mantendo-os a par da situação financeira da família, especialmente, fazendo com que compreendam de que forma o dinheiro "chega" em casa: através do trabalho diário. Ele não "aparece" na carteira do papai ou da mamãe magicamente... Famílias têm gastos fixos mensais que precisam ser honrados – filhos podem e devem saber sobre eles; também precisam saber que é importante guardar uma parcela, mesmo pequena, para extras (uma infiltração no teto, uma geladeira que pifa etc.)

O mais importante, porém, é discutir o impulso que leva milhares de pessoas a acumularem mais e mais "coisas", às vezes pagando juros sobre juros, vivendo apertados, cortando itens talvez mais importantes e transformando a própria vida numa eterna loucura. Viver no limite total do orçamento (ou além dele) é se condenar ao desequilíbrio a qualquer evento não programado (uma doença, por exemplo). Por isso é bom manter os filhos informados especialmente, sobre a que sua família dá, de fato, valor.

Mais cedo ou mais tarde, nossos filhos conviverão com pessoas de maior poder aquisitivo. E se foram acostumados a olhar sempre para quem tem mais, para os estão a cada fim-de-semana com novas roupas e possibilidades financeiras para fazer mil programas, independentemente de ser sábado ou segunda-feira, as coisas podem ficar complicadas... Não prometa o que não pode comprar - nem se endivide para isso; deixe claro que se tivesse dinheiro sobrando até compraria, mas não deixe de dizer que não considera importante nem necessário... Em outras situações, procure mostrar que poderia lhes dar o que pedem, mas - em vez de sair correndo para chegar à loja antes que feche - faça seus filhos saberem onde se situam as prioridades da família, como estudos, comida farta, segurança, saúde, conforto em casa.

Lembre-se que não é nada mau para uma criança ou jovem desejar coisas sem conseguir logo, assim de mão beijada, rapidinho... Esses desejos não realizados podem bem acabar constituindo fonte importante de desejo de conquista pessoal. É muito saudável para o jovem querer realizar, produzir, trabalhar para alcançar o que os pais não lhes deram ou não puderam dar – ou às vezes até preferiram não lhes dar.

É preciso corrigir a idéia torta – e muito comum hoje, especialmente entre as classes A e B – de que os pais têm obrigação de aos filhos carro, viagens ao exterior, festas apoteóticas etc. Do ponto de vista educacional não é nada salutar que eles tenham convicção de que nunca precisarão lutar para conquistar alguma coisa. Desejos não concretizados podem até produzir alguma frustração – mas não se assustem, nem toda frustração é negativa, como pensa a maioria. Muitas, são a base que impulsiona as novas gerações a produzir, se independentizar, a ter o "seu dinheiro" (não o da mesada, é claro), para não ter que "prestar contas a ninguém".

Bem orientados eticamente, o "não ter tudo" é que geralmente conduz à necessidade de estudar, trabalhar, produzir, enfim.
Dediquemo-nos sim, de corpo e alma - a dar aos filhos o que é essencial: estudo, formação moral e ética, princípios e objetivos de vida. O resto (roupas de grife, dezenas de tênis e roupas) é secundário e como tal deve ser encarado. E, cá para nós, não é uma maravilha (e um alívio...) saber que você pode dar menos bens materiais, para que seus filhos sejam mais gente?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Você sofre da “Síndrome da Mãe Perfeita”?

Cuidado: a ânsia de perfeição pode acabar pondo em risco o desenvolvimento dos seus filhos e o seu próprio equilíbrio

Que os filhos devem ser prioridade na vida de uma mãe, disso não há dúvidas. Mas quando a vontade de sair para fazer as unhas se torna quase impossível de ser atendida – por razões que vão desde falta de tempo ao sentimento de culpa por deixar o filho em casa –, pode ser que a tal prioridade esteja mais para exclusividade, e que a “Síndrome da Mãe Perfeita” já tenha invadido a rotina materna. Prioridade e exclusividade são bem diferentes. E, de acordo com a psicoterapeuta Denise Pará Diniz, Coordenadora do Setor de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida da Unifesp, dedicar-se por tempo integral aos pequenos não é necessário – nem indicado.

“É preciso tratá-los com prioridade, principalmente nos primeiros anos, mas não se pode esquecer que os filhos também precisam conhecer a mãe como uma pessoa real, que possui qualidades, desejos e necessidades pessoais”, diz Denise. No entanto, por nem sempre ser fácil manter esse equilíbrio, é comum encontrar mães que organizam o dia a dia sempre em razão das atividades dos filhos e, entre elas, há até mesmo as que se esquecem ou acabam deixando de lado os papéis anteriormente desempenhados, como o de esposa e de profissional, por exemplo.

Há aquelas que procuram controlar todas as variáveis da vida para que o filho tenha tudo em mãos e não sinta falta de nada, mesmo quando a criança já está mais velha, e aquelas que, mesmo com os filhos mais crescidinhos, acabam deixando muitas outras atividades de lado por preocupação e sentimento de culpa. Estas atitudes, se não forem policiadas, podem gerar diferentes complicações na vida do filho. E também na vida da mãe.

De acordo com a antropóloga Gilda de Castro Rodrigues, autora do livro “O Dilema da Maternidade” (Editora Annablume), há muitos aspectos positivos trazidos pela maternidade. Mas um negativo pode ser crucial: a patrulha social. “A sociedade fica vigilante para qualificar as mães como boas ou ruins, e isso causa uma enorme angústia”, explica. Além disso, na maioria das vezes, o vínculo entre mãe e filho é muito forte e incondicional, e por serem elas as principais responsáveis pelo processo de socialização da criança, já é possível imaginar o quanto algumas acabam exigindo de si mesmas. No caso de Heliana Gabriel da Cunha, 41 anos, não há arrependimento na dedicação.

Mãe de Brunna e Lívia, de 10 e três anos, respectivamente, Heliana deixou de trabalhar quando recebeu o pedido da mais velha para que ficassem mais tempo juntas. “Ela ficava com a avó e eu a buscava depois do trabalho, então acabava participando pouco da vida dela”, conta Heliana. Atualmente, já não é o que acontece: “Eu praticamente vivo em função delas. Até arrumei uma babá quando a mais nova completou nove meses, mas sou eu que tenho que dar banho, dar comida, não saio de perto nenhum minuto. A babá acaba servindo para alguma possível emergência. Não as deixo sozinhas nunca, só quando elas vão para a escola”.

Embora faça tudo isso com satisfação, Heliana confessa que passou os últimos três anos sem dormir uma noite inteira. Sua filha mais nova sempre teve o sono muito inquieto e, se ela chora, a mãe precisa estar por perto. “Eu durmo com a babá eletrônica ao lado e qualquer barulhinho que ouço vou correndo até ela, com medo de que esteja vomitando”, explica. E ela nem é a primeira filha: “Dizem que segundo filho é mais fácil, mas para mim as duas estão sendo da mesma forma. Sou um pouco neurótica, mesmo”, admite.

Fantasia e exagero

Mas, para a psicoterapeuta Denise Pará Diniz, é realmente no início da criação do primeiro filho que mora o maior perigo. “É quando você começa a aprender a ser mãe, então a mulher pode ficar excessivamente preocupada”. Segundo Heloísa Schauff, psicóloga clínica especialista em Terapia de Casal e Família, é comum que as mães de primeira viagem fantasiem que tudo seja perfeito e acabem não conseguindo distribuir o tempo e atenção entre outras funções, além das que exigem os filhos. “Não é exatamente o desejo de ser perfeita, é um sentimento de não se achar boa o suficiente, de não estar fazendo o melhor que pode”, explica. E isso pode acontecer tanto para a mãe que não trabalha fora de casa quanto para a que trabalha.

“Para quem vive em cidade grande, por exemplo, sempre haverá a sensação de pouco tempo com a criança pela correria do dia a dia, mas é preciso lembrar-se dos limites que a mãe precisa ter”, recomenda a especialista. O conselho também é válido para as mães que estão sempre à disposição dos filhos – e acabam passando da conta. De acordo com Schauff, conforme a criança vai crescendo e adquirindo maior autonomia, algumas utilidades que a mãe possuía antes vão ficando para trás. “Apesar de sermos mães a vida inteira, independentemente dos outros papéis que estejam sendo desempenhados, é preciso permitir que a criança também experimente e amadureça”, explica.

É o que procura alcançar a professora Paula Belmino, de 35 anos. Há quatro anos cumprindo o papel de mãe de Alice com esmero, Paula conta que até hoje ainda fica ao lado da filha até que ela adormeça e, quando a deixa na escola, sofre até de taquicardia por medo do que pode acontecer enquanto estão separadas. “Ao mesmo tempo em que quero que ela cresça e seja feliz, também tenho vontade de querer grudar e não deixar mais crescer”, confessa. A filha se faz presente até nos momentos que ela tem para si só: “Eu me martirizo por sair sem ela. Quando vou ao shopping, por exemplo, ao invés de comprar coisas de que preciso, compro tudo para ela. Acho que toda mãe é um pouco louca”, observa.

Limite para o filho, limite para a mãe

E as crianças, o que ganham com a “Síndrome da Mãe Perfeita”? Nada de muito bom. “Se a mãe é muito permissiva e mima demais os filhos, eles crescem sem saber lidar com frustrações e têm dificuldades maiores que as outras crianças para lidar com as regras fora de casa”, diz Schauff. Se a criança não enfrenta estes desafios ainda dentro de casa, pode se acostumar a obter tudo como quer – e não é bem isso que acontece fora de casa. Na escola, por exemplo, ela tem que aprender a esperar sua vez e a dividir a atenção da professora com os colegas. O mesmo efeito de despreparo infantil pode acontecer se a mãe nunca sair de perto: “A criança vai precisando de outras relações e outras vivências em que sinta que faz as coisas por si só e se supera por si só”, completa Denise.

O mesmo problema pode acontecer com as mães. A mulher que fica cada vez mais em casa com os filhos – ao invés de assumir outras atividades à medida que eles vão crescendo – também pode estar com dificuldades para ter outras vivências, como voltar ao trabalho, e se adaptar a elas. Mas é preciso prestar atenção para certificar-se de que ser mãe em período integral é um plano pessoal, não apenas um esforço para seguir um valor cultural. “Se ela se organizou e quer viver aquilo, não faz mal. O que faz mal é passar dos limites e ter somente isso de dedicação exclusiva”, explica a psicoterapeuta.

Há também o caso de mães que, por terem questões mal-resolvidas com o trabalho ou com o marido, por exemplo, acabam focando somente na maternidade e tornam os pequenos o único mundo a ser vivido – um grande peso e até uma injustiça com a criança. “Por essas e outras que o comportamento de mãe e filho deve ser observado: se a mãe está mais depressiva e cansada e se o filho anda muito egocêntrico, birrento e sem amigos”, explica a psicoterapeuta.

A principal questão a ser esclarecida, porém, é de que a perfeição não existe. Segundo Schauff, o que mais importa é a qualidade do tempo passado com o filho, e não necessariamente a quantidade. “Existe o melhor que a gente pode dar e a necessidade do olhar com parcimônia: é importante ter o tempo para si mesmo, para a relação conjugal, e transitar com saúde e qualidade em todas as esferas. Só assim a criança verá a mãe feliz e satisfeita, o que é muito importante de ser notado”, explica a psicóloga. A partir da percepção de que não há exatamente uma medida ideal, é possível libertar-se das próprias expectativas exageradas e fazer o que é possível pelos filhos, acompanhando-os sempre com carinho e afeto, ultrapassando as fantasias para se tornar uma boa mãe de fato.

Renata Losso, especial para o iG São Paulo

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Uma fábula terapêutica tirada do livro " Co-depêndencia Nunca mais"

"Era uma vez uma mulher que se mudou para uma caverna nas montanhas para aprender com um guru. Ela disse a ele que queria aprender tudo que havia por saber. O guru entregou-lhe pilhas de livros e deixou-a a sós para que pudesse estudar.

Todas as manhãs, o guru ia à caverna para inspecionar o progressoda mulher. Ele levava na mão uma pesada vara. Todas as manhãs, fazia a ela a mesma pergunta:
— Já aprendeu tudo?Todas as manhãs, a resposta dela era a mesma:
— Não, ainda não.O guru então batia com a vara na cabeça dela.Isso se repetiu por meses. Um dia, o guru entrou na caverna, fez a mesma pergunta, ouviu a mesma resposta e levantou a vara para bater da mesma forma, mas a mulher agarrou-a antes que tocasse sua cabeça.

Aliviada por evitar a surra do dia, mas com medo de represália, a mulher olhou para o guru. Para sua surpresa, o guru sorria.
— Parabéns — disse ele. — Você se formou. Você agora sabe de tudo que precisa saber.
— Como assim? — perguntou a mulher.
— Você aprendeu que nunca aprenderá tudo que há para saber — respondeu ele.

— E aprendeu como parar a sua dor.
Este livro é sobre isso: aprender a parar a dor e assumir o controle de sua vida."