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Psicóloga, formada pela FUMEC, com inscrição no CRP 04/34263. Formação em Psicoterapia Familiar Sistêmica,Terapia Ericksoniana / Hipnoterapia e Sexologia Clínica. Pós-Graduação em TCC- Infância e Adolescência. Atua com psicoterapias individuais, de casais e famílias.Atualmente Psicóloga em consultório particular em BH e Carmo da Mata. Colunista do Jornal Gazeta de Minas em Oliveira e Jornal A Noticia em Carmo da Mata. Ministrante de palestras em escolas e empresas. Sócio-Fundadora da Equipe PerCursos – Cursos, Palestras e Workshops em Belo Horizonte.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Ser Gente Grande

O que mais queremos quando somos crianças e adolescentes é sermos adultos. O quanto não almejamos chegar aos 21 anos, a tão sonhada independência? Mas, afinal de contas, o que é ser adulto?

Adulto sabe dos seus direitos e deveres, lida com sua liberdade, com sua capacidade de escolha, sabendo das consequências e se responsabilizando por elas. Assim não fica a espera de alguém para salvá- lo ou proteger. Sabe o que é de responsabilidade sua e do outro, não assume posição de vítima em relação à vida e aos acontecimentos, já que sabe da sua parcela, do que é seu de direito e de dever. É dono, autor da sua história. Adulto sabe que a felicidade é algo conquistado todos os dias, temos pontinhos de felicidade e que precisamos saber desfrutar, ao invés de ficar esperando a maior e constante felicidade, aquelas de conto de fadas, de histórias de príncipes e princesas. No REAL da vida isto não existe. Desfrutar de todos os momentos da vida, até daqueles que não foram como esperávamos é uma atitude sábia, uma atitude de adulto. A vida é colorida, não é, apenas, cor de rosa.

Como muito bem colocado por Guimarães Rosa: “Viver é perigoso e carece de coragem” e adulto sabe disso. Mas o que mais vemos são posições e atitudes nossas, que já somos ou, talvez, parecemos sermos adultos que diante de problemas e dificuldades responsabilizamos Deus, o tempo, a falta de sorte, os pais e amigos, menos nos mesmos. Quem nunca fez isso? Enquanto seres humanos, não queremos ou temos dificuldade de reconhecer a nossa parcela, a nossa participação em todos os eventos de nossas vidas.

Diante disso o que sabemos fazer é responsabilizar pelos outros. Isso fazemos muito bem: cuidar e responsabilizar pelos outros. O que queremos é ser cuidado e cuidarmos dos outros. Ajudar a amiga, dar conselhos para os colegas de trabalho, ajudar o marido em algumas tarefas do seu trabalho, socorrer o vizinho. Isso tudo sabemos fazer muito bem. É mais fácil, não é?
Mas como cuido da minha vida? Como tenho vivido? Quando é que não me responsabilizo? O que eu ganho e o que eu perco não responsabilizando pela minha vida?

Assim, da mesma forma que eu ajudo o outro na resolução dos seus problemas e nos cuidados de sua vida eu espero do outro ou da sorte uma solução rápida e mágica para os meus problemas. Isso é ser adulto?

Ser gente grande não é fácil, tem as delícias, mas as dores também, como tudo na vida. Ir ao encontro das nossas respostas e soluções, daquilo que nos pertence e faz sentido, saber que as escolhas vão envolver riscos e perdas são atitudes de adulto. RESPONSABILIZAR é a palavra. Responsabilizar por aquilo que é meu, pelo o que faço e escolho, acertos e erros.

Por isso que ser gente grande dá trabalho, exigi esforço para nos tornarmos os adultos que almejamos ser desde cedo. Claro que receber ajuda e oferecer ajuda faz parte da vida, envolve humildade, mas isso não nos permite dar o nosso problema para os outros e cuidar dos problemas dos outros, dar e receber ajuda não é isso. No entanto, em quais momentos da vida somos adultos? Ou quanto ainda precisamos virar adulto?