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Psicóloga, formada pela FUMEC, com inscrição no CRP 04/34263. Formação em Psicoterapia Familiar Sistêmica,Terapia Ericksoniana / Hipnoterapia e Sexologia Clínica. Pós-Graduação em TCC- Infância e Adolescência. Atua com psicoterapias individuais, de casais e famílias.Atualmente Psicóloga em consultório particular em BH e Carmo da Mata. Colunista do Jornal Gazeta de Minas em Oliveira e Jornal A Noticia em Carmo da Mata. Ministrante de palestras em escolas e empresas. Sócio-Fundadora da Equipe PerCursos – Cursos, Palestras e Workshops em Belo Horizonte.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

As máscaras da vida

É muito comum ouvirmos histórias que nossos pais nos contam de momentos constrangedores que passaram diante de outras pessoas quando éramos crianças e falamos, pedimos ou contamos coisas que eram segredos, que não podiam ser ditas ou algo que não podia ser feito naquele momento.

Ainda hoje falamos que as crianças são um “livro aberto”, que não tem vergonha de nada, falam o que vem na cabeça e colocam os pais em situações, muitas vezes, constrangedoras.

Como já dizia Rubem Alves “a criança sempre horroriza o público”.

Na verdade o que acontece é que as crianças não aprenderam como desempenhar um papel, a usar máscaras, elas não representam e não usam de farsa. O “eu” delas esta escancarado para o público, diferentemente de nos adultos.

As máscaras existem nas nossas vidas como uma entidade do psiquismo, elas são usadas para o público, nas nossas relações com o outro. São elas que escondem a nossa essência, aquilo que temos de mais íntimo e que diz respeito ao nosso “eu”.

Ela protege o nosso eu, por isso é de muita importância. Da minha intimidade cuido eu, a minha essência é o que eu tenho de mais profundo e não devemos dividir com ninguém. O que tenho para os outros, para o social é a minha aparência, as máscaras que eu uso. É saudável sabermos dessa diferença e termos o cuidado tanto com nossas máscaras quanto com a nossa essência.

Colar as máscaras no rosto e não viver momentos íntimos, de intimidade, por exemplo, com nosso parceiro, familiares não é saudável, como, também, viver de forma escancarada para os outros, para que tenham contato com a nossa essência, como no nosso trabalho, nos lazeres ou em viagens não é funcional. O extremo de todos os dois lados podem levar a um adoecimento. Faça bom uso de suas máscaras e tenha seus momentos de intimidade, de contato com sua essência.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Os Filhos nos Conflitos Conjugais

Confiram no site da ASLEMG( Associação dos Servidores do Legislativo do Estado de Minas Gerais) - http://www.aslemg.org.br/noticias.php?idNot=94 - mais um texto que escrevi, dessa vez, sobre os filhos nos conflitos conjugais.

Não tem como não afetar os filhos quando o casal esta em conflito.Os filhos fazem parte do sistema e quando um dos pontos balança, balança o sistema todo.Mas, ao mesmo tempo, pode-se livrar os filhos de algumas preocupações.
O conflito é do casal e é importante que os parceiros resolvam entre eles.
Filhos adoecem, formam sintomas, porque querem pais e pais presentes, mesmo que acabe a relação de marido e mulher.

Este assunto será falado como mais detalhes no texto que se encontra no link citado à cima. No site da ASLEMG.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Terapia Familiar Sistêmica com crianças


Os filhos, quando, ainda, pequenos vêm para a terapia trazido pelos pais. Algumas vezes a escola ou outro profissional falam para os pais da necessidade de um acompanhamento psicológico para os filhos ou mesmo os pais percebem essa necessidade e vão à procura de um terapeuta.

Os pais vêm com alguma queixa dos filhos ou dizendo de algum sintoma desses. Mas quem são os co-autores desse depoimento dos pais, quando falam dos problemas/ dificuldades ou sintomas dos filhos?

Na Terapia Sistêmica não existe processo terapêutico só de crianças. A criança não esta sozinha, ela vive em uma família. A relação pais e filhos, como qualquer outra relação, é construída. Então pra quê esta criança esta tendo este comportamento ou este sintoma? Quem esta ajudando ela a construir isso?

Ninguém constrói nada sozinho, tudo esta na interação. Os pais são quem apresentam o mundo para os filhos, é assim que os pais vão estabelecendo conexões e explicações para os comportamentos destes, eles quem vão dando sentido para a experiência dos filhos. Assim o sintoma ou aquele comportamento inadequado da criança vem como uma metáfora, uma forma de denunciar que algo não esta indo bem naquela família, nas relações, não apenas, com a criança.

Dessa forma, sem a motivação e cooperação dos pais nesse processo não existe terapia.

A função do terapeuta é redistribuir o problema entre todos os membros da família, não deixar centralizado só na criança para que cada um se conscientize a respeito da sua parcela de responsabilidade na construção deste sintoma/problema. Neste processo não exclui nada nem ninguém.

Assim terão sessões dos pais, desses separados, desses com a criança, a criança sozinha e a família. Isso vai variar em cada caso. O processo terapêutico é único em cada caso. O que vale para uma família pode não valer para outra.

Contudo, cabe neste processo um cuidado do terapeuta em apreender a linguagem da criança, falar sua língua, usar de instrumentos que fazem parte do seu mundo, para da sua forma sem se sentir exposta e envergonhada, através de brincadeiras e/ou jogos estas expressarem o que esta acontecendo naquele contexto. Talvez seja essa criança a denunciadora de que algo não esta indo bem. Assim o profissional irá ajudar este pequeno cliente a formular o seu pedido para a terapia, tão legitimo quanto dos adultos.

Texto: Camila Ribeiro Lobato

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Família, relações e a Terapia Sistêmica

Escrevi um texto que foi publicado no site da ASLEMG( Associação dos Servidores do Legislativo do Estado de Minas Gerais) sobre Família, relações e a Terapia Sistêmica.

No texto eu falo um pouco sobre a família, como nossa primeira matriz de identificação, as interações dentro do contexto familiar e à partir disso como é a forma de trabalhar de um Psicoterapeuta Sistêmico.

Vale a pena conferir!!!!

http://www.aslemg.org.br/noticias.php?idNot=94

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Falando sobre o livro: O CASAL NOSSO DE CADA DIA – Solange Maria Rosset

Um livro de aprendizados para terapeutas, casais... – pessoas envolvidas com seu crescimento e aprendizado pessoal.

A autora inicia falando das mudanças que vem ocorrendo na busca pela terapia de casal; antes a terapia de casal era um palco para brigas, para o terapeuta ser “quase um mágico” que resolveria todos os problemas ou para encontrar o culpado e a vítima daquela relação, se tornando um juiz. Hoje vai além de tudo isso, buscam-se o crescimento do casal, uma qualidade de vida na relação que contribuirá para o crescimento pessoal de cada um dos cônjuges e o crescimento desses, para o crescimento do casal.

Casal = sistema único, tem-se um padrão de funcionamento unitário, uma construção de valores, crenças e desejos. Ser um casal é um processo nada fácil que é formado por aprendizagens, mas, também, dores e dificuldades, é onde aparece o melhor e o pior de cada um dos parceiros. É o encontro de duas pessoas diferentes. As diferenças existem e devem ser identificadas, assim vão contribuir para a funcionalidade do casal quando estes souberem lidar com as mesmas, elaborar e possibilitar o crescimento. As diferenças são importantes quando são usadas para complementações e não competição ou outras formas destrutivas.

Assim a autora, ao longo do livro, irá desenvolver sobre tópicos que colocam em questão a construção de ser um casal, desde a escolha do parceiro que estará ligada ao padrão de funcionamento de cada um, a história com seus pais e momentos da infância, até questões como ciúme, infidelidade, parceria, auto-estima, conjugalidade e parentalidade, bom-humor nas relações, solidão e outras mais.

Fica claro a importância da autoconsciência para se ter um relacionamento de qualidade. Cada um dos parceiros se conhecerem, saber do que quer com o outro, se essa relação esta tendo utilidade, ter clareza na comunicação, ser um agente de mudança, ativo nessa relação, e não ter um comportamento passivo, apenas, sofrendo e queixando são pontos básicos para uma relação funcional.

Um importante ingrediente que é destacado no livro para construção, também, de uma relação funcional é a individualidade, não é o único, mas metaforicamente, para mim, comparo ao pó Royal = sem ele o bolo, a relação não cresce, porque não existirá o encontro de duas pessoas: “eu” e “tu” para paralelamente ir formando o nós.

Uma relação se tornará disfuncional quando estiver apenas o “nós”, esta precisa ser formada pelo “eu”, “tu” e “nós. Como bem colocado pela autora “quanto mais funcional uma pessoa for, individualmente, melhor ela estará para difundir numa relação, mantendo sua funcionalidade e fazendo com que o relacionamento seja, também,funcional...”. ( ROSSET,2005).

A intimidade é outro ingrediente importante; é a possibilidade de cada um poder expressar seus sentimentos e emoções e,ainda, de se sentirem compreendidos. Além disso, uma comunicação clara que perpassa por uma escuta atenta do outro faz com que um parceiro esteja mais próximo um do outro.

Já finalizando, não é possível falar de casal sem falar de sexualidade: aquilo que não é dito na relação, na maioria das vezes, irá se transformar em algum sintoma sexual. Talvez um bom relacionamento sexual não seja tudo na relação, mas uma relação de qualidade contribuirá para um bom envolvimento sexual.

Contudo, nenhuma relação funcional evitará as crises; aliás, as crises fazem parte e contribuirão para a evolução, reciclagem e aprendizagens dos parceiros na relação. Existem crises específicas de cada casal, mas tem aquelas que são comuns, fazem parte das mudanças e passagens pelos ciclos que permeiam todo e qualquer casal, como por exemplo, a chegada de um filho, aposentadoria de um dos membros, velhice e, até, a crise na estruturação estável do casal: quando casam-se e precisam comprometer com um novo sistema que é de ser um casal.

Termino esta resenha com uma frase de Robin Norwood: “Quando amar significa sofrer, estamos amando demais. Amar se torna demais quando nosso parceiro é inadequado, desatencioso ou inacessível e, mesmo assim não conseguimos abandoná-lo”.

Texto: Camila Ribeiro Lobato
Psicoterapeuta Sistêmica

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Auto Estima na Relação Pais e Filhos



Auto- estima é um termo muito ouvido nos nossos dias. Mas talvez poucas pessoas já pararam para pensar como se dá a auto-estima na relação pais e filhos. Como é a auto-estima dos seus filhos? E antes: como é a auto-estima de vocês, pais?

Começo definindo o que é auto-estima.

Bom, auto-estima todos nos temos. Muitos Psicólogos, psiquiatras e em dicionários dão a definição desse termo como alguém que faz uma avaliação de si mesma como sendo intrinsecamente positiva ou negativa; pessoa capaz de acreditar nela mesma, de se sentir capaz de enfrentar os problemas da vida; pessoa que tem amor próprio, que sabe expressar o que deseja e o que sente; que não depende da opinião dos outros... assim vão as várias definições.

E como fica isso na relação pais e filhos?

Sabe-se que o nível de auto-estima dos pais é um fator critico na criação dos filhos, já falava a

Psicoterapeuta Sistêmica Solange Rosset. Não quero com essa afirmativa culpabilizar os pais. Chega de apenas culpar os pais por tudo que acontece com seus filhos, meu objetivo é trazer um novo olhar sob essa relação que, ao mesmo tempo, é permeada por dores e delícias.

Na verdade o nível de auto-estima de quem é pai ou mãe, muito antes esta relacionado à como seus pais qualificaram suas ações, habilidades e competência na sua infância. Os pais desses pais. Isso vai passando de geração para geração e tornando-se um círculo vicioso. Então quando os pais compreendem que a auto-estima dos seus filhos depende diretamente da sua própria auto-estima passam a olhar e cuidar mais deles mesmos antes de querer resolver questões que envolvem seus filhos.

Uma pessoa com baixa auto-estima tem profundo senso de desvalorização e inutilidade; espera que alguém construa sua felicidade, deposita no outro a responsabilidade de todas as coisas da sua vida. Isso é muito comum na relação pais e filhos. Pais com auto-estima baixa depende do amor e respeito dos filhos para ter sua auto-estima aumentada. Assim exigem deles que eles (filhos) representem seu valor perante a sociedade e a família, provando que as ama como pai ou mãe. Isso gerará riscos para os pais e, principalmente para os filhos.

Os pais nunca poderão passar para os filhos o que não se tem ou não sabem. Como desejar a felicidade para os filhos, sendo que vocês, pais, não encontram a de vocês? Só ensina o que se sabe. O que os pais são vão passar para os filhos, consciente ou inconscientemente; através de palavras ou gestos. Então como já havia dito no começo não estou aqui para culpá-los, mas para contribuir para pensarem e cuidarem um pouco mais de vocês. Conhecer seus limites, habilidades, frustrações; lidar com suas inseguranças e responsabilidades. Antes de pais vocês são seres humanos que tem suas necessidades, desejos e dificuldades. Tire um tempo para vocês, reflitam sobre vocês enquanto pessoas. Assim poderão ser melhores para vocês e conseqüentemente para os filhos. Pais com uma alta auto-estima, filhos com alta auto-estima.

                                                                           Camila Ribeiro Lobato
                                                                           Psicoterapeuta Sistêmica



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Viver não dói




Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana, que gerou
em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional.





Carlos Drummond de Andrade

O que é a Terapia Sistêmica?



Terapia Sistêmica é uma nova forma de atendimento terapêutico que trabalha o indivíduo nas suas relações. A sua maior preocupação é ver este indivíduo em processo de evolução e humanização, sendo que o terapeuta participa de forma ativa cooperando neste processo.
Não existe crescimento e aprendizado longe das relações e quando o indivíduo ampliar sua consciência sobre sua forma de relacionar poderá entender melhor o seu jeito de ser, agir,pensar e fazer escolhas, contribuindo, dessa forma, para uma qualidade de vida e, é claro, das relações.