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Psicóloga, formada pela FUMEC, com inscrição no CRP 04/34263. Formação em Psicoterapia Familiar Sistêmica,Terapia Ericksoniana / Hipnoterapia e Sexologia Clínica. Pós-Graduação em TCC- Infância e Adolescência. Formação em Terapia de Esquemas. Co- fundadora da PerCursos. Atua com psicoterapias individuais, de casais e famílias.Atualmente Psicóloga em consultório particular em BH e atendimentos on-lines. Colunista do Jornal Gazeta de Minas em Oliveira e Jornal A Noticia em Carmo da Mata. Ministrante de palestras em escolas e empresas.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Falando sobre o livro: O CASAL NOSSO DE CADA DIA – Solange Maria Rosset

Um livro de aprendizados para terapeutas, casais... – pessoas envolvidas com seu crescimento e aprendizado pessoal.

A autora inicia falando das mudanças que vem ocorrendo na busca pela terapia de casal; antes a terapia de casal era um palco para brigas, para o terapeuta ser “quase um mágico” que resolveria todos os problemas ou para encontrar o culpado e a vítima daquela relação, se tornando um juiz. Hoje vai além de tudo isso, buscam-se o crescimento do casal, uma qualidade de vida na relação que contribuirá para o crescimento pessoal de cada um dos cônjuges e o crescimento desses, para o crescimento do casal.

Casal = sistema único, tem-se um padrão de funcionamento unitário, uma construção de valores, crenças e desejos. Ser um casal é um processo nada fácil que é formado por aprendizagens, mas, também, dores e dificuldades, é onde aparece o melhor e o pior de cada um dos parceiros. É o encontro de duas pessoas diferentes. As diferenças existem e devem ser identificadas, assim vão contribuir para a funcionalidade do casal quando estes souberem lidar com as mesmas, elaborar e possibilitar o crescimento. As diferenças são importantes quando são usadas para complementações e não competição ou outras formas destrutivas.

Assim a autora, ao longo do livro, irá desenvolver sobre tópicos que colocam em questão a construção de ser um casal, desde a escolha do parceiro que estará ligada ao padrão de funcionamento de cada um, a história com seus pais e momentos da infância, até questões como ciúme, infidelidade, parceria, auto-estima, conjugalidade e parentalidade, bom-humor nas relações, solidão e outras mais.

Fica claro a importância da autoconsciência para se ter um relacionamento de qualidade. Cada um dos parceiros se conhecerem, saber do que quer com o outro, se essa relação esta tendo utilidade, ter clareza na comunicação, ser um agente de mudança, ativo nessa relação, e não ter um comportamento passivo, apenas, sofrendo e queixando são pontos básicos para uma relação funcional.

Um importante ingrediente que é destacado no livro para construção, também, de uma relação funcional é a individualidade, não é o único, mas metaforicamente, para mim, comparo ao pó Royal = sem ele o bolo, a relação não cresce, porque não existirá o encontro de duas pessoas: “eu” e “tu” para paralelamente ir formando o nós.

Uma relação se tornará disfuncional quando estiver apenas o “nós”, esta precisa ser formada pelo “eu”, “tu” e “nós. Como bem colocado pela autora “quanto mais funcional uma pessoa for, individualmente, melhor ela estará para difundir numa relação, mantendo sua funcionalidade e fazendo com que o relacionamento seja, também,funcional...”. ( ROSSET,2005).

A intimidade é outro ingrediente importante; é a possibilidade de cada um poder expressar seus sentimentos e emoções e,ainda, de se sentirem compreendidos. Além disso, uma comunicação clara que perpassa por uma escuta atenta do outro faz com que um parceiro esteja mais próximo um do outro.

Já finalizando, não é possível falar de casal sem falar de sexualidade: aquilo que não é dito na relação, na maioria das vezes, irá se transformar em algum sintoma sexual. Talvez um bom relacionamento sexual não seja tudo na relação, mas uma relação de qualidade contribuirá para um bom envolvimento sexual.

Contudo, nenhuma relação funcional evitará as crises; aliás, as crises fazem parte e contribuirão para a evolução, reciclagem e aprendizagens dos parceiros na relação. Existem crises específicas de cada casal, mas tem aquelas que são comuns, fazem parte das mudanças e passagens pelos ciclos que permeiam todo e qualquer casal, como por exemplo, a chegada de um filho, aposentadoria de um dos membros, velhice e, até, a crise na estruturação estável do casal: quando casam-se e precisam comprometer com um novo sistema que é de ser um casal.

Termino esta resenha com uma frase de Robin Norwood: “Quando amar significa sofrer, estamos amando demais. Amar se torna demais quando nosso parceiro é inadequado, desatencioso ou inacessível e, mesmo assim não conseguimos abandoná-lo”.

Texto: Camila Ribeiro Lobato
Psicoterapeuta Sistêmica

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