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Psicóloga, formada pela FUMEC, com inscrição no CRP 04/34263. Formação em Psicoterapia Familiar Sistêmica,Terapia Ericksoniana / Hipnoterapia e Sexologia Clínica. Pós-Graduação em TCC- Infância e Adolescência. Formação em Terapia de Esquemas. Co- fundadora da PerCursos. Atua com psicoterapias individuais, de casais e famílias.Atualmente Psicóloga em consultório particular em BH e atendimentos on-lines. Colunista do Jornal Gazeta de Minas em Oliveira e Jornal A Noticia em Carmo da Mata. Ministrante de palestras em escolas e empresas.

domingo, 24 de maio de 2020

Confinamento: será?

Estamos num momento em que, muitos de nós estamos confinados em casa, uns parcialmente outros totalmente. Mas a realidade é que, como meses atrás não estamos. Rotinas diferentes, aulas online, “homeoffice”, carga horária de trabalho reduzida para uns e maior para outros. Todos se adaptando e reinventando.

Eu confesso, que nunca imaginei a possibilidade de tantos aprendizados. Me deparei fazendo todos os meus atendimentos online e assistindo aulas incríveis da sala da minha casa.

Na semana passada, em especial, meu aprendizado foi, ainda, mais encantador. Pela ATF-MG (Associação de Terapia de Família) convidei Gláucia Tavares, também psicóloga, para uma “live” com o tema “O in(visível) nas relações”. Foi tão inspirador para mim, que os desdobramentos e aprendizados que tive com ela, tentei traduzir um pouquinho neste artigo.

Distanciamento físico não é sinônimo de isolamento social. Encontramos outras maneiras de estarmos conectados uns com os outros. Conectados através de telas as relações continuam existindo. Somos seres relacionais e as conexões são essenciais para a nossa sobrevivência. Com outros tipos e formas de conexões continuamos afetando e sendo afetados uns pelos outros. Talvez, não da forma que queríamos, mas como é possível neste momento.

Sempre trago nos meus artigos sobre a dualidade da vida. É nisso que eu acredito. A noite existe, porque conhecemos o dia. O amargo existe, porque já sentimos o sabor do doce. O difícil existe, porque já vivenciamos a facilidade. Assim segue a nossa existência. Então se estamos confinados, de alguma forma, também, estamos vivenciando o desconfinamento.

Como pontuado por Gláucia, é importante nos atentarmos para quantos confinamentos existiam em nossas vidas. Confinamentos das certezas, do acúmulo, das ilusões, do individualismo, das emoções e de uma vida automatizada. Um vírus nos parou. O que cada um vai fazer com essa parada?

Uma vez escutei, não lembro onde, que quando não sabemos onde queremos chegar qualquer caminho serve. As paradas são essenciais para traçarmos objetivos; ou qualquer lugar serve? Nessa parada, para depois continuarmos a caminhada, vamos precisar questionar algumas certezas, ou melhor, desconfinar certezas, padrões rígidos, nossa mente e nossas emoções. Um tempo para reavaliações. Fechar ciclos para abrir novos. O momento agora é de aprender. Se antes dessa pandemia, vivíamos a era do ter, agora vamos entrar na era do aprender. Qual é a sua disponibilidade para aprender? O grande problema agora não será o “não saber”, mas ter a certeza que sabe.

Assim, confesso que não sei como será e onde chegarão aqueles que não se disponibilizarem à aprender. Vão continuar arrumando culpados pelo fracasso da sua caminhada? Ou por não conseguirem chegar onde queriam? Ou, realmente, qualquer caminho serve? Ou vão ficar presos em ciclos que já caducaram?

Camila Lobato
Psicóloga/Psicoterapeuta sistêmica